Repensando...

>> 24 fevereiro, 2010

Que eu sou jornalista, todo mundo que passa por aqui já sabe. Mas, mesmo depois de um tempão blogando, acho que nunca falei muito sobre meu trabalho, o que eu faço e como faço.
Ser jornalista sempre me fascinou, escrevi sobre isso nesse post aqui do antigo blog. Mas, se tivesse que escolher hoje o que cursar na faculdade, eu provavelmente escolheria outra coisa porque o mercado está bastante saturado, os salários são baixos e você trabalha muito, muitas vezes sem finais de semana e feriados. Claro que também tem suas vantagens e eu poderia dizer aqui várias delas (como as viagens), mas tem uma em especial que eu queria falar hoje: conhecer pessoas e experiências totalmente diversas.
Não se enganem, tem vezes que tenho que entrevistar pessoas grossas, chatas ou que não tem a menor articulação pra falar mesmo quando o tema é ótimo. Mas tem outras que conseguem contar uma coisa super simples de maneira tão apaixonada e sincera que eu acabo achando interessantes coisas que me pareciam chatas antes daquela conversa.
Aqui na editora trabalhamos com publicações para o setor automotivo e isso inclui conversar com donos de oficinas mecânicas, frotas, lojas de autopeças e também executivos de montadoras e afins. Mas também escrevemos uma revista para uma construtora aqui de Sampa em que abordamos temas variados, desde turismo até investimentos, passando por artes, gastronomia, etc. E foi escrevendo uma matéria para essa revista que eu descobri pessoas muito interessantes que mudaram minha maneira de pensar e de encarar algumas coisas. Talvez olhando assim pareça que foi maravilhoso escrever essa matéria, mas não foi. Foi muito difícil em alguns momentos parar para avaliar o rumo que a minha vida está tomando, os caminhos que tenho escolhido... mas foi bom perceber que há ainda tantas possibilidades daqui pra frente.
Talvez o tema nem seja tão interessante e nem suscite tantas reflexões às pessoas, mas eu queria compartilhar esse texto com vocês. Ele não vai na íntegra, mas a parte que considero mais interessante. Com vocês, uma matéria minha! ;-)
É só clicar nas imagens para conseguir ler o texto.
(fotos: Fabricio Guardino e Raul Stolf)




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Marque-me sem demoras

>> 22 fevereiro, 2010

Oie!!! Segundona já chegou e hoje eu venho com uma surpresinha.
No último post, falei um pouco do lance da autocensura e acho que venho me impondo essa autocensura exatamente porque tenho o que dizer, mas não sei exatamente como. Achei que talvez pudesse fazer das palavras de outros um pouco minhas. E foi assim que surgiu a ideia de convidar algumas pessoas a escreverem por aqui... tudo bastante livre: sem tamanho, sem tema específico, só com a própria inspiração (da pessoa). Também não precisa ser blogueiro necessariamente.
Apresento agora o primeiro convidado, Bruno, mi querido uruguayo... nos conhecemos há um ano e nos vimos apenas duas vezes, mas isso não nos impediu de termos bons papos e algumas divagações. Quem quiser ler mais textos do Bruno, é só acessar aqui
Bjs e apreciem... o texto é lindo (e diz mto sobre mim também!)!
Bruno, muito obrigada!!! O próximo será em español, vale?

Marque-me sem demoras


Sempre há conseqüências para todas as ações. Sempre. Eu sofro aquilo que provoquei.

Hoje em dia parece que tudo queima. Lembrar queima.

Deixei minha pele secando ao sol, e ela arde, queima. Mas queima porque teimo comigo mesmo.

Meu processo interno funciona mais ou menos da seguinte maneira; primeiro acho que sei o que você pensa e o porquê, depois penso que você agiu de uma maneira paradigmática. Assim concluo que nunca houve sentimentos puros e, conseqüentemente, me sinto incapaz de gerar nos outros algum sentimento duradouro. Apenas um flash.

Por isso, não me assusto ao me ver isolado, carregando a cruz em silencio, desfrutando cada lagrima que escorre pelo rosto. O que causa meu espanto é a facilidade com a qual tiro de perto de nós tudo aquilo que poderia ter ajudado.

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Autocensura

>> 17 fevereiro, 2010

Relendo o blog, vejo quantas vezes as coisas aqui ficam por dizer. Blog tem dessas coisas... no começo, vc quer que todas as pessoas que te conhecem leiam (ainda mais pq eu comecei a escrever motivada pelo lance de au pair), mas depois vc realmente deseja que só “estranhos” entrem ali porque se sente meio pressionada sobre o que vai escrever e aí rola uma auto-censura.
Comigo tem sido assim. Tem coisas que acontecem e que, apesar da vontade, não escrevo porque não quero que as minhas palavras se tornem fofocas distorcidas. E todo mundo sabe que pra isso acontecer é preciso bem pouco...

Tenho tido pesadelos. Muitos. Acordo angustiada, com o coração apertado. Não são pesadelos de monstros, de morte, de acidentes, de tragédias. Acho até que a maioria das pessoas não chamaria de pesadelo, mas pra mim é. São pesadelos sobre brigas, sobre palavras trocadas que magoam, sobre sentimentos que estão entalados na garganta há anos, sobre mágoas que o tempo não cicatrizou. E, como eu ando estudando há alguns meses, o sonho ta aí pra dizer algo que o consciente está barrando... e se ele se repete, bom... aí nesse caso o inconsciente ta gritando para eu fazer alguma coisa. Mas quem me conhece sabe, a rainha da teimosia aqui insiste em continuar guardando tudo!

Como diria Cazuza, “por que que a gente é assim”. Hein?

Mudando de assunto...

Carnaval – muito descanso, sol, praia, cervejas, passeios no centro, piscina, família, babe, churrasco, risadas, dormir de conchinha (por cinco segundos porque o calor estava insuportável). Queria que não tivesse acabado...

Lost – o primeiro episódio foi FODA! Tensão total, reviravoltas, momentos de “como assim?”, momentos de “pqp, o sawyer é muito gato!”. Fim do episódio, eu e o Daniel conversando sobre tudo aquilo, pensando em trocentas teorias, dando risada e pensando o que aconteceria no segundo episódio, que foi meio decepcionante. Ainda bem que o terceiro episódio taí e parece que vai ser bem bom.

In Treatment – finalmente terminei a segunda temporada. Os últimos episódios foram muito intensos, chorei horrores, mas o final foi muito bonito. Gostei mesmo! Acho que ainda mais emocionante pra quem já passou pela aventura de fazer terapia, rs!

Boa semana curta!

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Namorar é bom?

>> 09 fevereiro, 2010

Não farei aqui um manifesto em defesa do namoro, embora eu seja praticante há alguns anos graças à paciência do meu babe. Porque, confesso, eu sou chata pra cacete. Não é que seja chata porque não tenha um bom papo ou sem graça, porque eu bem consigo ser uma pessoa divertida. O problema é que eu sou muito inconstante. Juro, inconstância é meu sobrenome e indecisão, o nome do meio. Tenho a incrível capacidade de estar super animada num instante, fazendo planos para as horas e seguinte, e depois de 10 minutos virar e falar: “ah, não quero ir mais”. Me entendam, não é que faço isso por mal ou para irritar as pessoas, mas é que de repente a vontade some e eu me sinto super culpada por isso, aí já fico deprê por estragar o dia/noite dos outros e, por conseqüência, sinto menos vontade de ir.
É sempre assim, quando a coisa anda maravilhosamente bem, eu já fico com medo de algo começar a dar errado e parece que inconscientemente começo a boicotar a coisa pra que a outra pessoa não me surpreenda com uma má notícia. Sim, eu sei, sou complicada.
Ao mesmo tempo que sempre fui uma pessoa carente, sempre tive medo de me prender. Na verdade, era medo de estar perdendo alguma coisa. Lembro que logo no começo do meu primeiro namoro tive um surto um dia, comecei a chorar, liguei pra minha melhor amiga, fui pra casa dela e falei: Rê, to perdendo tudo.... eu gosto dele, mas eu quero continuar saindo com meus amigos todo final de semana, quero beber todas na balada gay, quero dançar Madonna com as bichas, quero, quero, quero.... depois de muita conversa, eu me senti melhor e acho que foi exatamente isso que busquei ter no meu próximo relacionamento: liberdade e companheirismo. Para mim, não existem as frases: “você não pode ir”, “eu não quero que você faça/vá/compre/beba/whatever”. No máximo, existe um: “eu não gosto quando você faz isso”. E isso vale para ambos os lados. Me proibir de alguma coisa é uma decisão que a pessoa que está comigo toma uma vez só, porque depois disso é fim da relação na certa. Prezo muito minha liberdade, sair com minhas amigas pra fofocar, sair com meus amigos pra tomar cerveja e falar besteira, sair com meu amigo viado e falar de sexo, famosos gostosos e também reflexões filosóficas, amo sair com a minha irmã pra qualquer lugar, ir ao cinema e adoro fazer as coisas sozinha também (coisa que tenho feito com bastante freqüência ultimamente, principalmente agora que estou “brincando” de scrapbook).
E posso confessar que tenho sorte, porque o sobrenome do meu namorado é compreensão e o do meio é paciência, hohohoho! Não estou dizendo que tudo é perfeito, nós brigamos, discutimos (não muito, mas nós fazemos isso às vezes), temos nossas DRs, nossos momentos que ficamos de bico, que eu choro, mas a gente se entende bem na maior parte do tempo exatamente porque ele respeita tudo isso. E eu também tento fazer isso por ele. Sábado estávamos saindo pra tomar uma cerveja e comer alguma coisa quando uma amiga me liga pedindo colo e atenção e lá foi ela conosco pro bar... e ele nem se incomodou; pelo contrário, ouviu junto comigo o que ela tinha pra dizer, deu conselhos... e eu fiquei cheia de orgulho dele, dessa relação que a gente foi construindo pouco a pouco, dos desafios e problemas que vencemos juntos. Não sei se acredito muito no “felizes pra sempre”, mas cada dia eu me sinto mais segura da minha decisão. And it makes me feel so good!

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sinapses

>> 05 fevereiro, 2010

Engraçado como minha vida anda cheia de conexões ultimamente. Penso num tema e aí vejo coisas relacionadas em vários lugares. E, veja bem, nem é BBB o tema em questão pq eu já ando beeeem cansada de ver BBB em todos os lugares.
Queria falar hoje do livro "O Nome da Rosa", que finalmente terminei de ler na semana passada depois de pouco mais de um mês levando-o de um lado pro outro. Não me entendam mal: o livro é bom; aliás, muito bom; só que é cansativo, longo, os personagens se confundem em alguns momentos (sempre me arrependo de não fazer uma listinha com descrição básica dos personagens), há vários trechos em latim e citações históricas/religiosas capazes de deixar qualquer um boiando. Comecei a ler porque tinha esse livro em casa de uma daquelas coleções da folha e o autor, Umberto Eco, é O cara quando se fala em semiótica e eu queria saber como era um "romance" de um cara tão foda em uma área do conhecimento tão difícil.
Pra quem nunca leu, um breve resumo retirado da wikipedia: "O enredo de O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano Guilherme de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local".
Para quem é católico, o livro talvez seja bastante pesado porque ele mostra como numa mesma igreja é possível haver facções, grupos e competições por poder e conhecimento. E foi também isso que me interessou bastante porque ao mesmo tempo em que as religiões me fascinam, eu tenho um certo problema com as instituições e as pessoas que falam em nome dessas religiões. É notável o quanto se deturpa o conteúdo dos livros sagrados de acordo com os interesses das pessoas.
Essa semana o papa se opôs a uma lei na Inglaterra que estabelecia o fim do preconceito contra os homossexuais. Ou seja, o papa acha que é certo discriminá-los, que o dono de uma empresa que seja católico pode não contratar uma pessoa com o argumento de que ele é homossexual. Isso me causa uma raiva profunda, porque sempre pensei que o tal Deus que eles tanto defendem amasse todos nós e aceitasse a todos nós. E eu nunca deixaria de contratar uma pessoa pela religião dela. Pelo contrário, no trabalho convivo com pessoas de outras religiões e respeito isso desde que elas também respeitem o fato de eu ser agnóstica e não fiquem pregando suas crenças.
Acho bonito a fé. Seja a fé em Deus, em Alá, nos deuses hindus. É cientificamente comprovado que a fé ajuda as pessoas em momentos de sofrimento (inclusive físico) e isso é fantástico. Por enquanto, mantenho minha fé na ciência e nos homens. Torço para que também essa fé não acabe um dia...

- Lá em cima falei das coincidências... estou com esse tema na cabeça desde que terminei o livro mas não escrevi antes porque estou na correria. E não é que minha irmã escreveu um post sobre Deus lá no blog dela também. Veja aqui!

- Entrei no site do Umberto Eco e a frase que abre é 'We Like Lists Because We Don't Want to Die', exatamente o outro tema que estava pensando em escrever. Fica pro próximo post.

Bom finde por aí!

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