sinapses

>> 05 fevereiro, 2010

Engraçado como minha vida anda cheia de conexões ultimamente. Penso num tema e aí vejo coisas relacionadas em vários lugares. E, veja bem, nem é BBB o tema em questão pq eu já ando beeeem cansada de ver BBB em todos os lugares.
Queria falar hoje do livro "O Nome da Rosa", que finalmente terminei de ler na semana passada depois de pouco mais de um mês levando-o de um lado pro outro. Não me entendam mal: o livro é bom; aliás, muito bom; só que é cansativo, longo, os personagens se confundem em alguns momentos (sempre me arrependo de não fazer uma listinha com descrição básica dos personagens), há vários trechos em latim e citações históricas/religiosas capazes de deixar qualquer um boiando. Comecei a ler porque tinha esse livro em casa de uma daquelas coleções da folha e o autor, Umberto Eco, é O cara quando se fala em semiótica e eu queria saber como era um "romance" de um cara tão foda em uma área do conhecimento tão difícil.
Pra quem nunca leu, um breve resumo retirado da wikipedia: "O enredo de O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano Guilherme de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local".
Para quem é católico, o livro talvez seja bastante pesado porque ele mostra como numa mesma igreja é possível haver facções, grupos e competições por poder e conhecimento. E foi também isso que me interessou bastante porque ao mesmo tempo em que as religiões me fascinam, eu tenho um certo problema com as instituições e as pessoas que falam em nome dessas religiões. É notável o quanto se deturpa o conteúdo dos livros sagrados de acordo com os interesses das pessoas.
Essa semana o papa se opôs a uma lei na Inglaterra que estabelecia o fim do preconceito contra os homossexuais. Ou seja, o papa acha que é certo discriminá-los, que o dono de uma empresa que seja católico pode não contratar uma pessoa com o argumento de que ele é homossexual. Isso me causa uma raiva profunda, porque sempre pensei que o tal Deus que eles tanto defendem amasse todos nós e aceitasse a todos nós. E eu nunca deixaria de contratar uma pessoa pela religião dela. Pelo contrário, no trabalho convivo com pessoas de outras religiões e respeito isso desde que elas também respeitem o fato de eu ser agnóstica e não fiquem pregando suas crenças.
Acho bonito a fé. Seja a fé em Deus, em Alá, nos deuses hindus. É cientificamente comprovado que a fé ajuda as pessoas em momentos de sofrimento (inclusive físico) e isso é fantástico. Por enquanto, mantenho minha fé na ciência e nos homens. Torço para que também essa fé não acabe um dia...

- Lá em cima falei das coincidências... estou com esse tema na cabeça desde que terminei o livro mas não escrevi antes porque estou na correria. E não é que minha irmã escreveu um post sobre Deus lá no blog dela também. Veja aqui!

- Entrei no site do Umberto Eco e a frase que abre é 'We Like Lists Because We Don't Want to Die', exatamente o outro tema que estava pensando em escrever. Fica pro próximo post.

Bom finde por aí!

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