Let’s go to bed*

Dizem por aí que brasileiro é um povo “quente”, que o Brasil exala sensualidade e sexualidade e muitos filmes nacionais contêm aquelas cenas básicas de sexo selvagem e urgente, com um casal que acaba de se conhecer transando em um cantinho qualquer da balada... pra mim, essa imagem do brasileiro (e da brasileira) é pura balela... to pra ver um povo tão reprimido quanto a gente, tão careta, tão puritano....
Não sou só eu que digo, as pesquisas também. Um levantamento feito pelo Datafolha mostra, entre outras coisas, que:
- enquanto 45% julgam os brasileiros “totalmente liberados” do ponto de vista sexual, só 24% se declaram ser assim.
- uma entre quatro pessoas não tinham transado nos últimos oito meses!
- apenas 39% das mulheres atinge o orgasmo sempre.
- 78% das mulheres não se masturbam.

Podem parecer só números, mas conversando com amigos e amigas a gente vê que é verdade. Não tenho amigas que conhecem um cara na balada e vão direto pra motel (e não tenho nada contra isso), nenhuma das minhas amigas é adepta do sexo casual, tenho poucos amigos que já fizeram umas loucuras... nunca fui de expor esse tema de forma pessoal aqui no blog e também acho desnecessário, mas com meus amigos eu sempre fui do tipo de falar besteira e sem muito pudor, mesmo que fosse com os meninos.
E aí esse tema voltou à tona quando eu e uma amiga fomos ao sex shop semana passada e foi aí que eu me liguei o quanto eu também sou cheio de tabus e limitações quando o tema é esse. Pra começar, nós duas já entramos gargalhando na loja, achando tudo super engraçado (parecíamos duas menininhas: “olha isso, olha isso!”). Depois de um tempo nos acostumando com a situação, ficamos roxas quando entraram dois meninos na casa dos 18 olhando filmes pornôs.... quase nos escondemos no meio das fantasias sado e de enfermeira...haahah! Depois que eles foram embora, resolvemos tirar algumas dúvidas com a vendedora, uma mulher na casa dos 40 que decidiu contar como funcionava cada uma das coisas que estavam ali – mas contando as próprias experiências... frases como “fui a loucura quando usei isso” foram bastante comuns e nós duas ficamos entre vergonha/ constrangimento e MUITA vontade de dar risada.
Depois de sairmos da lojinha e entrarmos correndo no carro, fomos conversando sobre a nossa atitude infantil. Claro que quem não tá acostumado com nada disso acaba tendo um estranhamento (minhas aulas da pós dizem mto sobre td isso), mas passado o impacto inicial chegamos a uma conclusão: vamos voltar lá e levar mais gente, rs! Porque a gente pode não ser um exemplo muito bom do liberalismo sexual, but girls just wanna have fun! =)

* Pra quem não sabe, esse é o nome de uma música mto legal do The Cure.