Eurotrip 2010 – AMSTERDAM

>> 29 setembro, 2010

Depois de Praga, a viagem tomou um ritmo alucinante, com três cidades em seis dias e muito trem! Quando a gente programa uma viagem, sempre quer fazer o máximo possível porque não sabe quando vai voltar e tem sempre aquela sensação de “já que estamos aqui pertinho mesmo”. Mas, no fundo, a gente sabe que ninguém aguenta esse ritmo e a tendência é fazer muito menos coisa do que no início. Nesses últimos dias foi sempre assim: a próxima atração é tal: demora pra chegar lá? Tem que ir andando? É caro? Ah, vamos sentar aqui e tomar uma cerveja, assim a gente conhece mais da cultura local, hahaha!

De todas as cidades, acho que Amsterdam foi a que menos empolgou, também por conta do tempo, porque tivemos azar e choveu um dia todo! Fomos de Praga a Amsterdam num voo da Easy Jet, pelo qual pagamos 50 euros cada um (com taxas), e chegamos a A’dam (como chama minha irmã, já íntima da cidade) por volta das 19h, com um clima bem diferente do que estava em Praga – fazia um ventinho gelado...

Dia 01

Pegamos o trem até o Centraal Station e um ônibus até nosso hostel, que estava super bem localizado. De novo, nada de elevador e estávamos no último andar – com as escadas mais estreitas que já vi na minha vida! Depois de subir tudo aquilo, só tivemos coragem de tomar um banho, jantar e dar uma volta pelas redondezas. Por sorte, nosso hotel estava numa região cheia de bares, restaurantes e chegamos a Leidseplein, uma pracinha onde ficam alguns artistas de rua (tem um cara muito bom com um cello que toca Beatles, o que nos deixou felizes da vida. Tem também os caras que fazem streetdance e o tiozinho que faz embaixadinhas pendurado no poste!).

Comemos num restaurante italiano ótimo e super barato e capotamos (com direito a um bom banho antes, é claro!). Para quem vai a Amsterdam pra badalar, parece que Leidseplein é o lugar, porque tem diversos bares e clubes e infinitos turistas (muitos deles chapadões depois de passar no coffee shop).

Dia 02
Sol lindo, baterias recarregadas, hora de começar a caminhada. Seguimos ali pelo “nosso bairro”, tiramos umas fotos dos canais, dos lagartos – com quem tomamos um susto! (leia sobre eles aqui) e partimos pro nosso passeio de barco. Chavão total, mas tudo que a gente queria era ver a cidade sem se preocupar com nada, botando a fofoca em dia. Tivemos sorte, pois havia um sol lindo e conseguimos sentar na área externa do barco e tirar zilhões de fotos e dar muita risada com as besteiras que dizíamos.


Uma dica: para quem pretende fazer o Heineken Experience, há um desconto se você comprar um ingresso que dá direito à entrada ao Heineken+ passeio de barco que está exatamente em frente a ele, que é o Amsterdam Canal Cruises – não lembro o valor exato (no site deles tá falando que é 25,50 os dois). O passeio de barco valeu a pena, deu pra ver um pouco da cidade, as casas do canal – uma mais inusitada que a outra!, e o porto da cidade. O tour demora mais ou menos uma hora e acho que esse foi o único ponto negativo, porque depois de meia hora cê já tá meio de saco cheio de tanta água, rs!

Saímos do barco e fomos em direção a Het Museumplein, onde tem o famoso IAMSTERDAM em que as pessoas sobem nas letrinhas e tiram um milhão de fotos. Foi isso que fizemos – e quase arranjamos confusão com umas cariocas que queriam dominar todas as letras e ficarem trocando entre si: “agora eu no A! Agora eu no segundo A! Agora eu no M! Agora eu no segundo M!” AAAArrrrrgggghhhhh! Ali estão alguns dos principais museus da cidade, incluindo O museu, que é o Van Gogh. Como tínhamos pouco tempo, adivinha, tive que abrir mão dele com dor no coração. (Volto à A’dam só pra isso!).



Sentamos por ali e esperamos a chegada do Joey, meu cunhado holandês, que veio todo tímido e depois de cinco minutos já estava contando piadas politicamente incorretas, rs! Almoçamos e fomos para o Heineken Experience, que é algo beeem pra turista, mas achamos legal porque conta a história da empresa (e da fabricação de cerveja) de uma maneira inusitada e com MUITA tecnologia. Há uma parte, por exemplo, que parece um brinquedo de parque de diversões e nos sentimos dentro da cerveja no processo de fabricação: cai água, chacoalha, etc. Enfim, interessante, mas acho que é melhor pra quem tem mais tempo mesmo. Pra terminar, tomamos algumas cervejas e saímos de lá zuperzimpáticos!


Hora de caminhar e caminhamos meeesmo até chegar ao Red Light District de Amsterdam, que todo mundo já sabe o que é, né? Antes de passar por lá, passamos pelo Memorial Nacional aos Mortos (que fica numa praça onde tinha um grupo de brasileiros jogando capoeira) e por uma igreja que estava em obras e nem deu pra fotografar (qual o nome, Lud?). Esse é o centro de Amsterdam!

Red Light foi divertido, mas como só havia meninas e meninos comprometidos, não houve muita farra. As prostitutas são bem simpáticas e todo mundo ficou tirando com a minha cara porque uma delas me fez um sinal qualquer e eu respondi com um tchauzinho todo meigo. Para quem tem coragem (e falta de timidez), rolam uns shows de sexo explícito e tem dezenas de lojinhas com artigos sexuais, mas nem rolava de entrar lá com meu primo mais velho e o cunhado que acabei de conhecer, né? Enfim, é tanto SEXO, SEXO, SEXO, que dá pra sentir até um certo constrangimento – e olha que eu não sou das mais constrangidas.

Por ali tem diversas lojas de souvernirs com zilhões de opções, inclusive uma delas tem umas vacas de ponta cabeça coladas no teto que é bem grande e com certeza você encontra uma tranqueira pra levar pra casa. E é em frente essa loja que está esse famosos tamanquinho holandês onde os turistas bestas – como eu- fazem fila pra fotografar.


Paramos pra um café e voltamos caminhando pro hostel caminhando por uma rua cheia de lojinhas, mas infelizmente já estava tarde e todos estavam fechadas. A fome já tomava conta da gente e paramos pra uma pizza pertinho do hostel, depois o Joey foi embora e eu caí na cama.

Dia 03
Esse dia foi de muito azar. Acordamos e já estava garoando, o que nos deu uma derrubada. Mas não desistimos: colocamos blusas com capuz e saímos rumo ao Museu Anne Frank (aqui vamos supor que td mundo já leu o livro da garota, ok? Se não leu, corre!). No meio do caminho, desabou o mundo sobre nossas cabeças e tivemos que comprar umas capas de chuva que mais pareciam um saco de lixo com buraco para a cabeça e os braços – e que custaram um absurdo de quatro euros cada! Com as capas, mas já ensopados, pegamos a fila pra comprar a entrada do museu. Eis aí uma dica preciosa: o museu está SEMPRE cheio e o ideal é chegar cedinho para evitar filas (ou checar se é possível comprar pela internet). Depois de uma hora na fila (mesmo com chuva forte ninguém arredava pé), compramos nossos ingressos e entramos. O Museu é imperdível e tem momentos em que é quase impossível segurar as lágrimas – até meu primo que não é dos mais sensíveis ficou bem emocionado.

Foi uma sensação estranha visitar o Museu Anne Frank depois de ter ido a um campo de concentração, porque quando você fala em centenas de vítimas, é muito difícil mensurar isso – mas quando você personifica a situação, aí sim você consegue imaginar a dor que ela sentiu, o medo, a raiva, a injustiça e a tristeza. Sem dúvida, é passagem obrigatória para quem vai a A’dam, principalmente para quem leu o livro.



Saímos de lá e a chuva continuava forte. Voltamos caminhando pro hostel porque nosso plano para esse dia era o museu, o Vondelpark, principal parque da cidade que minha havia dito que era lindo, e pegar uma bike pra dar uma volta, mas ficou inviável com esse tempo. Voltamos pro hostel caminhando pela Prinsengracht, que é gigantesca e cheia de lojinhas bem diferentes (coisinhas inúteis, cartões, decoração, bonecos, etc). Arrumamos as malas e fomos de busão para a Centraal Station rumo à Bruges, nossa próxima cidade.

Mas e os coffe shops? É só você falar que foi pra Amsterdam que essa pergunta se torna instantânea. Confesso que achei que Amsterdam recebe uns turistas exatamente com esse perfil: pessoas interessadas em fumar o dia inteiro ou coisas a fim. No nosso hostel, tinha um menino que estava já lesado às nove da manhã e ficava o dia todo sentado ali (pelo menos sempre que a gente chegava ou saía, ele estava lá!) com cara de besta. Mesmo quem não fuma pode ir até um coffee shop e me parece que a única regra é que você tem que comprar alguma bebida, mesmo que seja uma coca-cola. Os bares vendem maconha por grama e cada um pode bolar o seu ou comprar pronto, pelo que entendi – mas posso estar falando besteira. Além de maconha, você também encontra cogumelos, mas não me pergunte como é vendido ou como se consome porque não tenho a menor ideia, só sei que são diversos tipos e cada um dá um “barato” diferente; e também são comercializados bolos (special cakes) e cookies com a verdinha. O mais engraçado dos coffee shops é observar as pessoas que entram e saem: chega um grupinho de jovens estrangeiros todo animadinho, como se tivesse indo pra uma festa; ou então um executivo que chega e pede o seu baseado como se fosse uma dose de uísque depois de um dia estressante de trabalho....

Imperdível em Amsterdam: eu diria, sem dúvidas, o Museu da Anne Frank (que na verdade se chama Anne Frank Huis), um passeio pelo centro da cidade, incluindo o Red Light District, passeio de barco pelos canais (para quem tem tempo) e a região de Leidseplein, especialmente à noite, para comer/beber alguma coisa ou danças. Infelizmente, não pudemos ver muito mais que isso... Amsterdam é uma cidade, mas foi um erro deixá-la para depois de Budapeste e Praga (aliás, nenhuma cidade merece uma coisa dessa, porque as duas capitais do Leste Europeu são deslumbrantes e acabam fazendo o resto parecer suuuper legal, mas não A cidade).

Hostel - Comparada a Budapeste e Praga, Amsterdam é um roubo quando se fala em hostel. Ficamos no Amsterdam Orfeo Hostel, que foi um dos mais baratos que achamos, com ótima localização. Vantagens: além da localização, o café da manhã era uma delícia e o quarto era limpo e confortável. Desvantagens: nosso quarto tinha um chuveiro literalmente dentro com um Box transparente, ou seja, eu e minha irmã tínhamos que sair quando meu primo tomava banho e o contrário tb; mas para fazer xixi, tínhamos que descer um andar e o banheiro não era mto limpo, não... pagamos 35 euros por noite/pessoa.

Para quem vai a A’dam, não deixe de ver antes o blog do Ducs. Foi de lá que tirei muitas dicas da cidade (e não só dela)! Uma pena que só depois eu vi o post sobre cervejas/pubs, snif, snif!

3 comentários:

Daniduc 30 de setembro de 2010 às 11:26  

Oi Larissa

Em primeiro lugar, brigado pelos links. Fico feliz que tenha sido útil pra planejar a sua viagem e lamento que o post de cervejas tenha saído tarde demais. Mas assim você já tem um roteiro pra quando voltar pra ver o Van Gogh.

Aliás, reforço o conselho de ir ao Van Gogh — pra quem é fã de arte, é imperdível. Não esqueça de dar uma olhada no post que fiz sobre "5 dicas locais que os turistas em geral não conhecem", lá falo como pular filas (internet!) e como pegar o Van Gogh praticamente só pra você.

Aliás, no post que fiz sobre as top 5 atrações eu indico como comprar ingresso on-line pra Anne Frank Huis — é um dos que mais vale a pena comprar on-line, mesmo custando 50 centavos extras. São 50 cents bem gastos, uma vez que você vai ao museu com hora marcada e não pega fila alguma. E mesmo quando não chove, a Prinsengracht pode ser *bem* ventosa.

Aliás, o clima é em geral molhado em Amsterdam, e vira com frequencia, especialmente em começo de outono e primavera — legal estar sempre prevenido.

Sobre os cogus: se você encontrou, saiba que eles estavam sendo vendidos ilegalmente. Eles foram proibidos em fins de 2008 e nunca ouvi disso ter sido revertido.

Enfim, obrigado novamente pelo post e pelos links. Espero que sua próxima viagem à Amsterdam deixe uma impressão melhor da cidade. Eu sou muito suspeito pra falar, mas acho Amsterdam a cidade mais bonita do mundo (e ignoro solenemente o fãs de Paris me olhando muito feio :) )

Abs

Daniel

Daniwell,  30 de setembro de 2010 às 13:12  

Amsterdam pareceu bacana, mas nada de especial... pelo menos no meu humilde ponto de vista...
Pra mim acho que valeria a pena se fosse pra ir visitar o mosteiro onde é feita a La Trappe... fora isso, nada...
beijo
te amo

Bianca Ferreira,  30 de setembro de 2010 às 15:04  

laryssss, adoooorei o post e fiquei ainda mais animada pra minha viagem!!! =) super obrigada pelas dicas!!!

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