E quem entende o coração de um torcedor?

>> 19 novembro, 2009


Taí um tema polêmico daqueles que não se pode nem se deve discutir. A paixão pelo futebol é uma coisa bastante complicada de explicar, se é que tem explicação. Infelizmente não pude perguntar pro meu pai se ele ficou decepcionado por não ter pelo menos um filho que pudesse levar ao estádio para torcer para o Palmeiras, seu time do coração. Como nasceram duas meninas, acho que nem passou pela cabeça dele nos ensinar a gostar de futebol... bobeou, porque meus primos me ensinaram isso direitinho, rs! E fazer uma criança começar a torcer pra um time é a coisa mais fácil desse mundo, especialmente quando o time em questão está em alta. Foi o que aconteceu comigo entre 92 e 93 (com apenas sete anos, coisa fofa!), quando o SP ganhou vários títulos, incluindo o Mundial. Todo mundo lembra dessa época gloriosa, com Cafu e Muller e o grande Telé Santana no comando. Lembro como se fosse hoje da sala da casa da minha tia lotada, aquela tensão e todo mundo pulando, gritando quando saía um gol. Logo depois pedi pra minha mãe comprar uma camisa do São Paulo pra mim, assim ficaria igual aos meus priminhos queridos.
A camisa eu ganhei logo, mas a visita ao estádio demorou anos. Minha mãe morria de medo de me deixar ir ao estádio, mesmo indo com os meninos. Na primeira vez que decidi ir com eles foi escondido. Resultado: deu merda! Quando mãe fala que não pode porque é perigoso, ouça o que ela diz, rs! Fomos na final da Copa Juniores, São Paulo x Roma lá no Pacaembu. Um jogo que era pra ser super tranqüilo acabou em pancadaria porque divulgaram que a entrada era gratuita e aí foram zilhões de pessoas, que chegaram lá e tiveram que pagar uns R$ 5 pra entrar. O povo ficou nervoso, saiu briga, tivemos que correr da polícia, da torcida, os caras atirando balas de borracha, a cavalaria passando e eu morrendo de medo, mas achando tudo uma super aventura. Nesse dia meus primos com ctza sentiram mais medo que eu, porque se acontecesse alguma coisa comigo, eles tavam lascados.
Anos mais tarde fui ao estádio com autorização e aí deu tudo certo. Aliás, mais do que certo. Final da Libertadores de 2005 e o São Paulo venceu o Atlético-PR em um jogo muito emocionante (começou com um pênalti defendido pelo Rogério Ceni e eu vendo tudo ali, pertinho do gol, quase chorando....ahahaha).
Depois disso fui ao estádio mais algumas vezes. Em uma delas, uma quarta à noite, saí do trabalho, peguei carona com meus primos e meu tio e.... o carro quebrou no meio da Berrini interditada. A cidade tava parada, então largamos o carro lá e fomos andando (depois correndo) até o estádio... imagine a sedentária em pessoa correr uns cinco quilômetros!! Achei que não chegaria viva pra ver o jogo, rs!
Não vou sempre porque o dia que você vai pro estádio é praticamente perdido: tem que chegar bem mais cedo, pegar trânsito, demora pra estacionar, anda até a entrada, pega fila pra entrar, espera dentro do estádio o jogo começar, assiste o jogo, espera a muvuca passar pra sair, depois anda até chegar no carro num ritmo tartaruga, depois encara trânsito pra ir embora. E, apesar de tudo isso, ainda vale a pena. Entende como não dá pra explicar como funciona o coração de um torcedor?
Mas confesso que esse ano não me animei muito. O São Paulo não jogou tão bem no começo do campeonato, teve a saída do Muricy e além disso o Campeonato foi marcado por umas coisas estranhas, arbitragens polêmicas, brigas internas (não só no São Paulo). Mas o Tricolor se recuperou e está mais perto do que nunca do título. Mesmo assim, evito cantar vitória antes do tempo pra evitar o azar...
E hoje, que eu vou ter que encarar o mau humor do meu babe depois que o Palmeiras ficou mais longe do título, eu nem to ligando muito. É muito bom ter alguém que entende essa insanidade que é sofrer por causa do time do coração!

Eu e priminho Kadu no Morumbi na histórica vitória da Libertadores 2005


Visita ao Morumbi 2008

2 comentários:

Daniwell,  19 de novembro de 2009 às 10:29  

Futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes!
Paixão não se explica, se sente...
Eu comecei a torcer pro Palmeiras, na epoca em que o Oalmeiras estava na fila a 16 anos... imagine um garoto torcendo nessa situação enquanto todos os amiguinhos comemoravam titulos? Tem explicação? Não né? Em compensação na maior parte da década de 90 ganhamos quase tudo que disputamos... são fazes...
Mas nesses meus anos de torcida eu aprendi uma coisa importante, jogador de futebol é egocentrico, egoista e é MUITO burro!!!!
beijo
te amo

Anônimo,  19 de novembro de 2009 às 16:37  

Depois de comemorar um título mundial do seu clube do coração, a segunda melhor coisa é ensinar as duas filhas de um palmeirense a torcer para o São Paulo. Se tratando da Larissa então, nem se fala. Já nasceu com personalidade própria e pra mudar sua opinião somente dando uma machadada na caixola e enfiando outra dentro. Como disse o Dani, das coisas menos importantes na vida, a mais importante é saber que tenho duas "grandes" torcedoras do Mais Querido ao meu lado, e tendo a certeza de que elas não se arrependem nem um pouo desta opção. Salve o tricolor paulista, amado TETRACAMPEÃO brasileiro!!! Grande beijo, Kadu.

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