Minha dica de hoje é...

>> 29 outubro, 2009

Tava pensando em tudo que falei de Sampa há alguns dias e achei que deveria escrever alguns posts às vezes contando coisas, lugares bacanas da cidade pra conhecer, gastar um tempo, se divertir, aprender. Não sei se esse é um post pontual ou se vou colocar uma dica semanal, quinzenal, quando der na telha... bom, vamos à dica:

Biblioteca Francisco Umbral

Para quem estuda, estudou, pretende estudar espanhol, essa biblioteca é imperdível. Para quem não gosta do idioma também o é, porque com certeza vai te fazer mudar de ideia. Tenho passado lá uma vez por semana para buscar uns livros que uso nas aulas e apesar de ser sempre com pressa (pq vou antes da pós e aí acabo chegando atrasada na aula), eu SEMPRE fico mais, olhando, olhando...
Não vá esperando uma biblioteca gigantesca porque não é. Mas lá dá pra encontrar muita coisa não só sobre literatura, mas também sobre cultura espanhola e latino-americana. São centenas de livros de poesia, romances, gramática, dicionários, jornais (sempre tem o do dia!), cds, revistas (incluindo quadrinhos), filmes e o que mais você imaginar. Apesar de não ser super grande, o espaço é bem charmoso, tem umas mesas pra você passar horas lendo, tem tevê e dvd pra assistir aos filmes lá mesmo e tem rádios para escutar os cds.
A biblioteca é aberta ao público, mas para alugar livros/cds/dvds é preciso ter a carteirinha, que custa R$ 10 para estudantes (inclusive de pós) e R$ 20 para outros interessados. A biblioteca fica no finalzinho da Paulista, pertinho da Consolação. Super fácil de chegar de metrô!
E pra aproveitar a onda, já recomendo algumas coisas que você pode encontrar lá: livrinhos da Mafalda, o livro "O Paraíso na Outra Esquina" do Mario Vargas Llosa, o filme "Rudo y Cursi" e o Cd "La vida es un Ratico" do Juanes. Para procurar algo específico na biblioteca, é só acessar esse site!


Bjs

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>> 22 outubro, 2009

Então, né? Tava falando do meu pai outro dia e aí acabei encontrando (através do blog da Renata, amiguinha da minha irmã - será que nunca vou parar de chamar as amigas da minha irmã de amiguinhas?) o "Blog do meu pai". Puxa, me deixou emocionada...

Vou roubar o último post, mas entrem para dar uma olhada que vale a pena.

"estava lendo, e leio sempre, o blog para francisco. e de repente me deu uma certeza: a mãe do francisco olha para a frente. ela tem a dor, a falta, a saudade, mas tem o francisco, e a vida anda para frente.

e como a vida anda para frente, cada vez que eu olho para meu pai, ele tá mais distante. cada olhar para meu pai é um olhar para o passado. mesmo que este meu pai esteja em mim, under my skin, o olhar para ele é o olhar de quem se afasta. porque a vida anda para a frente. e nossos mortos, por mais que os amemos, por mais que sejam parte da matéria que nos faz humanos, os nossos mortos não andam conosco".

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São Paulo: relação de amor e ódio

>> 20 outubro, 2009

Faz uns dias que venho ensaiando esse post. Tenho com Sampa uma relação dúbia como poucas na minha vida, de sentimentos extremos – sendo possível senti-los em um único dia. Seguem então duas pequenas listas de motivos que encontro para amar e odiar São Paulo com todo meu coraçãozinho:

Eu simplesmente odeio:


- levar no mínimo uma hora para ir e uma hora e meia para voltar do trabalho. Além de obrigar a acordar quando ainda está escuro, eu perco 2h30 por dia no trânsito, o que dá um total de 12h30 por semana, 50 horas por mês (mais de dois dias!), 600 horas por ano. É quase um mês do ano todo gasto indo de um lado para o outro.
- ver pessoas morando nas ruas, especialmente crianças. Sábado, na fila pra entrar na balada, um menino de uns oito anos veio pedir moedas e ninguém deu. Ele virou e falou: “é, pedir moeda não vira nada mesmo... tem mais é que roubar!”. O que você fala/faz numa situação dessa?
- Poluição. A minha pele, meu cabelo e minha saúde sofrem com isso. E não sou só eu, claro.
- Falta de educação. Óbvio que não é todo mundo, mas me irrita profundamente uns caras sentados no assento reservado pra idoso no ônibus, gente estressada buzinando no trânsito (dá pra perceber que to com trauma de trânsito, neh?rs), gente que não respeita compromissos.
- Uma sensação constante de insegurança. Juro que com isso eu tento não encanar pra não ficar paranóica, mas talvez eu (e td mundo) já esteja sem perceber. Prova disso é que sempre ando com a bolsa agarrada junto ao corpo (mesmo que várias vezes ela esteja aberta, né babe?hahahah), olhar para todos os lados quando paro no farol, nunca andar com muito dinheiro, etc.
- O preço abusivo de tudo: pra comer, pra comprar roupa, pra se divertir. Tudo em São Paulo anda bastante caro para o meu bolso.

Ah, como eu amo:


- Estar na maior cidade do país. São Paulo não para nunca: dá pra comer pizza de madrugada, ver filmes alternativos, passear na Paulista domingo e ter zilhões de opções de museus, cinemas, teatros, lojas, restaurantes. Isso sem contar a Mostra Internacional de Cinema que começa nessa sexta! Yupi!
- Também são muitas as opções para quem estudar e não só faculdade. Tem curso de tudo que você puder imaginar, baratos, caros, gratuitos. As bibliotecas, museus, livrarias sempre têm palestras e atividades bem bacanas pra quem ficar mais informado sem gastar.
- São Paulo tem viado, tem traveco, tem japonês (pra cacete), tem negro, tem drag, tem punk, tem emo. Tem gente que veio pra cá porque não teve alternativa e agora não sai daqui de jeito nenhum. E assim a cultura da cidade foi mudando e hoje tem mais nordestino fazendo sushi que japonês, tem árabes que se deliciam com a nossa inigualável pizza, tem coreano ensinando como se joga baseball.
- Tem o Mercado Municipal, onde eu tomo uma cerveja comendo pastel de bacalhau e compro queijo com pistache (isso tem um nome meio chique que eu não faço muita idéia qual seja). E o Mercado Municipal fica do lado da Rua 25 de Março, onde é possível encontrar qualquer tranqueira que você procurar. E tem o Centro, degradado, sujo, fedido, mas lindo de morrer. Sem falar na Catedral da Sé, da Pinacoteca, da Estação da Luz e do maravilhoso Museu do Ipiranga.
- Todos (ou a imensa maioria deles) os shows de bandas gringas acontecem aqui. Eles podem até gostar das praias cariocas, ma o público paulista leva todo mundo à loucura.
- Ir pra pós-graduação e, na Augusta cheia de “casas noturas”, encontrar engravatados estudantes de direito, patricinhas do Mackenzie, bichos-grilo da PUC, prostitutas, trabalhadores cansados, amigos conversando, gente tomando uma gelada nos botecos. E, mais impressionante, ver que aquele mendigo que dorme todas as noites no mesmo lugar, como se aquele espaço público já tivesse se tornado privado e ele estivesse protegido por paredes invisíveis a todos os outros, deitado na sua “cama” lendo uma revista velha como se nada mais existisse e realmente aquilo fizesse muita diferença na vida dele.

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fitinha k7

>> 09 outubro, 2009

Enfim terminei de ler “Love is a Mix Tape”. O quê? Você não sabe o que é “Love is a Mix Tape” ainda?(azar o seu não ter uma irmã inteligente e culta como a minha) Então eu te conto! “Love is a Mix Tape” é um livro de um cara chamado Rob Sheffield, atualmente morador do Brooklyn, colaborador de várias revistas sobre música, como a Rolling Stone, na casa dos 40 anos. Mas além de tudo isso, ele é um viúvo – viuvez que aconteceu quando tinha só vinte e poucos anos. E o livro é exatamente sobre a história dessa relação curta, porém intensa.
Apaixonado por música desde jovem, ele vai contando a história de sua vida desde a infância e cada música/banda que acompanhava aquela época, os hits, os shows, as letras e, é claro, as mix tapes. Essa foi uma das partes que mais me identifiquei porque na adolescência eu era cheia de fitas que ia gravando com músicas que gostava (naquela época eu só tinha Internet discada) e que tocavam na rádio. A fita ficava lá pronta e, quando a música começava, eu apertava o rec. Na maioria das vezes ela ficava pela metade ou aparecia o locutor falando no final ou coisas do tipo. Quando tô mto inspirada, eu pego as fitinhas, começo a ouvir e dou muita, muita risada.
Bom, aí o livro começa com ele contando de acampamento na pré-adolescência, passa pros amores frustrados na adolescência, a noite que ele conhece a Renée, o namoro e o posterior casamento deles e a morte dela. Triste, MUITO triste. E aí ele descreve um pouco da vida depois desse acontecimento: como contar para as pessoas que não foram avisadas na época? O que dizer quando alguém que você acaba de conhecer pergunta se você é solteiro ou casado? Como escutar uma música nova e se apaixonar por ela sabendo que o outro nunca terá a oportunidade de ouvi-la?
E tudo isso me fez pensar em um monte de coisas que eu já tinha pensado milhões de vezes, mas sobre as quais eu acho que nunca conversei com ninguém (puxa a cadeira pq a coisa vai ser longa, rs).

Quando você lê o livro, é inevitável ficar com dó do cara: pô, 28 anos e viúvo? Vai ser zicado assim lá na pqp...
... mas, por outro lado, eu pensei que ele também teve um bocado de sorte. Ele viveu durante alguns anos com a pessoa que amava, foi a alguns shows, tiveram suas músicas, suas mix tapes, seu momentos, suas brigas, suas alegrias. Ele conheceu a “verdadeira” Renée e pode contar às pessoas que não a conheceram como ela era e do que gostava – ainda por cima de um ponto de vista de um homem que foi apaixonado por ela!
E aí está o x da questão. Quem lê o blog por aqui sabe que meu pai morreu. E isso já tempo, bastante tempo: quase 16 anos! Ou seja, eu tinha só oito anos quando isso aconteceu. Que a coisa é triste, sem dúvida, sempre vai ser. Ninguém está preparado para perder pessoas tão próximas, acho que mesmo quando elas estão doentes. Se não estão fica ainda mais difícil.
Mas o fato é que desde então é muito difícil falar do meu pai. A garganta trava, a produção de lágrimas atinge níveis altíssimos, o coração dispara e eu simplesmente não consigo. E hoje acho que eu percebo que de certa maneira eu sempre sofri com isso porque eu não sabia muito bem o que dizer dele, afinal, eu não o conhecia de verdade. Pô, com oitos anos não dá pra ter conversas filosóficas com ninguém, né? Claro que me lembro dele e do jeito dele, de coisas que ele fazia e gostava, mas sei também que muitas dessas imagens são fruto de histórias que outras pessoas me contaram. Descobri muito tempo depois que meu pai gostava muito de Madonna e que adorou Cem Anos de Solidão (aliás, meu livro preferido!).
Pra mim é muito difícil ‘apresentar’ alguém que não conheço muito bem. Perco horas pensando como as coisas seriam se ele estivesse aqui: será que a gente se daria bem? Será que ele ia gostar do meu namorado ou sentir ciúme (pelo menos os dois poderiam assistir futebol juntos sem brigar, rs!)? Será que ele ia achar bacana eu ter escolhido ser jornalista ou insistir pra eu fazer algo na área de exatas? Será que ele ia me incentivar a viajar ou até toparia ir comigo? Será que a gente passaria alguns finais de juntos tomando cerveja e falando de cinema ou que só nos encontraríamos às vezes? Será que ele teria ido ao show da Madonna comigo? Será que??? São tantas variáveis, mas uma única certeza: isso não vai acontecer.
Como diz o Rob no livro: “I got more of her than anybody. But still, I wanted more of her….”

Bom feriado por aí! Bjs

(Engraçado como fico semanas sem pensar em absolutamente nada pra pensar e tem posts que surgem inteirinhos do nada. Esse foi um deles, martelando minha cabeça há dias!)

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Na Alemanha, faça como os alemães

>> 06 outubro, 2009

Olá! Tudo bem por aí?

Por aqui, muita correria. Estou em dívida com o blog, ando postando pouco - mês passado foram só duas vezes!! Mas é que a vida anda naquele ritmo normal, sem muitas novidades (não que isso seja ruim): trabalho(s) + namoro + pós + cinema + o retorno de Big Bang Theory + vodka (putz, melhor pular essa parte!).
Num lance de sorte, fui sorteada novamente para fazer uma viagem a trabalho. Arrumei a malinha e zarpei pra Alemanha com um grupo bastante grande de jornalistas de todo país e de alguns países da América Latina. A viagem foi insana: saímos de SP no sábado, chegamos à Munique no domingo e voltamos na terça à noite. Nesses três dias de Alemanha participamos de coletiva de imprensa, conhecemos duas fábricas, fizemos test-drive, fomos à Oktoberfest (ser jornalista tb tem suas vantagens), jantamos no Olympic Tower (restaurante giratório de onde é possível ver toda cidade), passeamos pelo centro de Munique (imperdível) e provamos uma infinidade de cervejas alemãs.
Confesso que me surpreendeu a hospitalidade das pessoas, a educação, a limpeza e tudo mais. Quero voltar (e logo!).
O mais impressionante é ver como ter alguns carimbos no seu passaporte te faz ver as coisas de uma maneira diferente e te faz agir de maneira diferente. Hoje em dia tenho bem menos medo de sair por aí e me perder, e praticamente nenhuma vergonha de pedir ajuda às pessoas. O mais engraçado é ver como tem jornalista que cobre esse segmento há anos, já viajou o mundo todo e ainda assim não fala absolutamente nada de inglês... aff, como é que pode ser tão acomodado?

Depois disso, o resto da semana passou rapidinho e o finde, mais rápido ainda. Só digo uma coisa: nunca tente beber vodka como os russos se você não for um! ;-)

Antes de partir, deixo uma dica (quase uma ordem) a vocês: visitem o blog da minha sister, futura au pair (sobre isso falo detalhadamente num outro post) http://ludiinthesky.blogspot.com

Vou tentar voltar mais vezes pra falar besteirinhas por aqui.
Bjs

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